A Parábola do Rio e da Pedra
Em um vale distante, havia um rio que corria desde as montanhas até o mar. Suas águas eram claras, cantavam ao passar pelas pedras e davam vida a tudo ao redor. Certa vez, o rio encontrou uma pedra enorme bem no meio de seu caminho. Era uma pedra orgulhosa, imóvel há séculos, que disse:
— Rio, por que você corre tanto? Nunca está satisfeito? Veja a mim: firme, constante, eterna.
O rio respondeu com serenidade:
— Pedra, você é forte e firme, mas permanece sempre no mesmo lugar. Eu corro, sim, mas levo vida por onde passo. Abraço as margens, alimento as árvores, refresco os que têm sede. E, ainda que eu nunca seja o mesmo rio, continuo sendo rio.
A pedra ficou em silêncio, refletindo.
Com o passar dos anos, a água do rio foi moldando a pedra. De tão constante, o rio transformou a pedra em parte de si. A pedra, antes rígida e solitária, agora fazia parte do leito por onde as águas dançavam.
E assim, a vida seguiu.
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Moral da parábola:
A essência da vida não está em permanecer o mesmo, mas em fluir, transformar, nutrir e deixar um rastro de vida por onde passamos.